sexta-feira, 15 de junho de 2012

Manipulação de informação

Talvez já conheçam este texto. Eu, pelo menos, já o li há um tempo e algures. Hoje alguém mo enviou "powerpointado" e deu-me para o revelar a quem não o conhece. Trata-se de uma versão de José Mauro Rodrigues sobre as Visões Alternativas de Noam Chomsky, adaptado/amputado por mim por razões de espaço de atenção.
1.  Promover a distracção
O elemento primordial do controlo social é a regra da distracção, que consiste em desviar a atenção do público dos problemas importantes e das mudanças decididas pelas elites políticas e económicas. Consiste em inundar os meios  de comunicação com distracções contínuas e notícias sem importância ... Trata-se de manter a atenção do público longe dos verdadeiros problemas sociais, atraída por temas sem importância, ocupada, sem nenhum tempo para pensar.
2.  Criar problemas e oferecer soluções
O método consiste em criar uma situação que se espera causar certa reacção no público, de modo a que este suplique a aplicação  das medidas que se pretende fazer acatar. Por exemplo: ... - gerar e agravar uma crise económica para que o povo aceite como um mal necessário o retrocesso dos direitos sociais e o desmantelamento dos serviços públicos.
 3.  Actuar com gradualidade
Para conseguir que seja aceite uma medida inadmissível, basta aplicá-la gradualmente, em pequenas doses, ao longo do tempo. Desta forma, as novas condições são aceites sem provocar revoltas.
 4.  Gerar aceitação pelo adiamento
Uma decisão impopular, é apresentada como “dolorosa e necessária”, conseguindo obter num dado momento a aceitação pública para aplicação futura, mais facilmente acatável do que um sacrifício imediato.
Deste modo, não há esforço imediato e a massa ingenuamente crê que “amanhã tudo irá melhor” e conseguirá evitar-se o sacrifício exigido. Assim, dá-se tempo para instalar habituação à ideia da mudança e resignação no acatamento quando chegar o sacrifício de facto.
 5.  Dirigir-se ao público como imaturo
O público utiliza com frequência discursos, argumentos, personagens e entonações característicamente infantis, muitas vezes próximos da debilidade, como se os receptores fossem criaturas de pouca idade ou deficientes mentais.
Quanto mais se procura enganar a audiência, mais se tende a adoptar um tom infantil. “Porque ao dirigir-se a uma pessoa como se tivesse 12 anos ou menos, tenderá, por sugestão, a adoptar respostas ou reacções mais infantis e desprovidas de sentido crítico”.
 6.  Utilizar a emoção mais do que a reflexão
Fazer uso do aspecto emocional é uma técnica clássica para curto-circuitar a análise racional e neutralizar o sentido crítico dos indivíduos.
Além disso, a utilização do registo emocional permite abrir a porta de acesso ao inconsciente para implantar e injectar ideias, desejos, medos, temores, compulsões ou induzir a determinados comportamentos.
 7.  Manter o povo na ignorância e na mediocridade
Fazer com que o público seja incapaz de compreender a tecnologia e os métodos utilizados para conseguir o seu controlo e escravidão.
“A qualidade da educação dada às classes inferiores deve ser a mais pobre e medíocre possível, de forma que a distância entre estas e as classes altas permaneça inalterada no tempo e seja impossível alcançar uma autêntica igualdade de oportunidades para todos”.
 8.  Estimular o público a ser complacente com a mediocridade
Fazer crer ao povo que está na moda a vulgaridade, a incultura, o ser mal falado ou admirar personagens sem talento ou mérito algum, o desprezo ao intelectual, o exagero do culto ao corpo e a desvalorização do espírito de sacrifício e do esforço pessoal.
 9.  Reforçar o sentimento de culpa pessoal
Fazer crer ao indivíduo que ele é o único culpado da sua própria desgraça, por insuficiência de inteligência, de capacidade, de preparação ou de esforço.
Assim, em vez de rebelar-se contra o sistema económico e social, o indivíduo se desvaloriza, se culpa, gerando em si um estado depressivo, que inibe a sua capacidade para reagir. E sem reacção não haverá revolução.
 10. Conhecer os indivíduos melhor do que eles mesmo se conhecem
Nos últimos 50 anos, os avanços da ciência geraram uma crescente brecha entre os conhecimentos do público e aqueles utilizados pelas elites dominantes.
Graças à biologia, a neurobiologia e a psicologia aplicada, o Sistema tem desfrutado de um conhecimento avançado do ser humano, tanto de forma física como psicológica.
O Sistema conseguiu conhecer melhor o indivíduo comum do que ele se conhece a si próprio. Isto significa que, na maioria dos casos, o Sistema exerce grande controlo e poder sobre os indivíduos, superior ao que pensam que realmente têm.

13 - Isto está a ser aplicado em Portugal, primeiro pelos batedores da era sócrates e agora pelos agentes da força coelho.

6 comentários:

Anónimo disse...

Se não se importa, gostaria de saber como define classes inferiores (ponto7). Talvez seja ignorância minha,mas que eu saiba esta denominação só coexistia em certos lugares da Ásia,mas,que estão a começar a evoluir para um sistema sem castas.

mfm Cumprimentos ao Rei zangado e bom fim de semana.

Peta Negra disse...

Pertencem às classes inferiores os individuos que não sabem o que são classes inferiores.
Peta Negra

Zé Povinho disse...

Penso que a repescagem deste texto vem mesmo a propósito do que se vai desenrolando ...
Abraço do Zé

Pata Negra disse...

Anónimo:
Existem muitas coisas inferiores e superiores como, por exemplo, os membros. Não vou discutir se a designação é feliz ou infeliz mas, pelo menos, na minha modesta e magestática opinião, é esclarecedora. Não fui eu que escrevi o texto e não estou preocupado em encontrar outra designação. Contudo, pelo seu ar zangado, acho que nem deve gostar da designação de "classe". Para que importa esta discussão? Vem ao encontro da mensagem implícita? Para distrair do essencial?
Um abraço da classe nobre

Peta Negra
Obrigado pela achega mas cuidado, não se meta com as classes superiores: são uns manipuladores.

Zé Povinho
Não se se desenrola, se enrola!...
Um abraço desenrolado ou enrolado ou enroscado

Informa Dor disse...

PROGRAMA DE LUTA CONTRA A FOME.

Nada é o que parece. Ora vejam:
Decorreu num passado fim de semana mais uma ação, louvável, do programa da luta contra a fome mas....façam o vosso juízo!
A recolha em hipermercados, segundo os telejornais, foi cerca de 2.644 toneladas! Ou seja 2.644.000 quilos.
Se cada pessoa adquiriu no hipermercado 1 produto para doar e se esse produto custou, digamos, 0.50 € (cinquenta cêntimos), reparem que: 2.644.000 kg x 0,50 € dá 1.322.000,00 € (1 milhão, trezentos e vinte e dois mil euros), total pago nas caixas dos hipermercados.
Quanto ganharam?:
- o Estado: 304.000,00 € (23% iva)
- o Hipermercado: 396.600,00 € (margem de lucro de cerca de 30%).
Nunca tinha reparado quem é que mais engorda com estas campanhas!
Devo dizer que não deixo de louvar a ação da recolha e o meu respeito pelos milhares de voluntários.
MAIS...
É triste, mas é bom saber...
- Porque é que os madeirenses receberam 2 milhões de euros da solidariedade nacional, quando o que foi doado eram 2 milhões e 880 mil? Querem saber para onde foi esta "pequena" parcela de 880.000,00 €? A campanha a favor das vítimas do temporal na Madeira através de chamadas telefónicas é um insulto à boa-fé da gente generosa e um assalto à mão-armada.
Pelas televisões a promoção reza assim: preço da chamada 0,60 € + IVA. São 0,72 € no total. O que por má-fé não se diz é que o donativo que terá chegado (?) ao beneficiário madeirense é de apenas 0,50 €. Assim oferecemos 0,50 € a quem carece, mas cobram-nos 0,72 €, mais 0,22 € ou seja 30%.
Quem ficou com esta diferença?
- a PT com 0,10 € (17%) isto é a diferença dos 50 para os 60.
- o Estado com 0,12 € (20%) referente ao IVA sobre 0,60 €.
Numa campanha de solidariedade, a aplicação de uma margem de lucro pela PT e da incidência do IVA pelo Estado são o retrato da baixa moral a que tudo isto chegou.
A RTP anunciou com imensa satisfação que o montante doado atingiu os 2.000.000,00 €. Esqueceu-se de dizer que os generosos pagaram mais 44%, ou seja, mais 880.000,00 € divididos entre a PT (400.000,00 € para a ajuda dos salários dos administradores) e o Estado (480.000,00 € para auxílio do reequilíbrio das contas públicas e aos trafulhas que por lá andam).
A PT cobra comissão de quase 20% num acto de solidariedade!!!
O Estado faz incidir IVA sobre um produto da mais pura generosidade!!!
ISTO É UMA TOTAL FALTA DE VERGONHA, SOB A CAPA DA SOLIDARIEDADE.
É BOM QUE O POVO SAIBA QUE ATÉ NA CONFIANÇA SOMOS ROUBADOS.
ISTO É UM TRISTE ESBULHO À BOLSA E AO ESPÍRITO DE SOLIDARIEDADE DO POVO PORTUGUÊS!!!

"O que me preocupa não é o grito dos maus`. É o silêncio dos bons."

Peta Negra disse...

Então o anónimo [o mfm do (ponto 7)] "meteu a viola no saco"? Se já está esclarecido devia, por elementar educação, agradecer. Se não está, devia continuar a pedir explicações. Não é?