Tenho saudades, meu amor, do tempo em que tínhamos os pés verdes de verdes serem os campos. Tenho saudades do tempo em que os nossos lábios tinham a humidade das fontes e dos púcaros e os teus seios eram montes que eu escalava até aos pícaros.
Tenho saudades, meu amor, do tempo em que regavas o milho e eras boa como ele e eu, da nave, cantarolava a canção do torneiro. Tenho saudades do tempo em que bebias e eu assobiava como o vaqueiro.
- Lembras-te quando me molhaste todo e me chamaste boi?!
Tenho saudades, meu amor, do tempo que se foi e em que nós íamos com pés verdes e erguíamos bandeiras vermelhas pelas ruas estreitas. Nessa altura isso dava, tu eras magra e eu tinha um mastro que apoiava nas sapatilhas brancas. Tenho saudades do tempo em que marchávamos até à foz para gritar aos peixes "o mar é nosso" e acabávamos deitados de cabeça virada para cima a fazer castelos nas nuvens para não sujar as mãos na areia. Tenho saudades do tempo em que o mar se via da praia.
- Lembras-te, quando ergui o mastro e lhe atei, com a tua saia, o teu espelho para ver se víamos a Madeira?!
Nesse tempo não se escreviam poesias de mau gosto, os versos eram lúcidos, as palavras eram as certas, as sílabas tinham os devidos erres, existia pontuação e escrevia-se sem erros. Houve-se o Paulo Bento com tranquilidade e o Bento XVI canta. O meu patriotismo é amor, não é uma queca à república checa nem uma santa padroeira!
Não se diz o Portugal! O meu amor é sopeira! Meu amor, Portugal!
(estou são e sóbrio, estou quase o amante ideal)
8 comentários:
Excelente!
Aqui está um poste melhor do que o golo do CR.
Abraço
A isto chama-se publicidade enganosa.
Chamem a ASAE ou uma dessas...
Porque as declarações de amor agora têm um nome diferente...
Abraço do Zé pouco amante da bola
Não percebi nada.
De vez em quando o Pata Negra, a brincar com o pessoal, escreve uma data de disparates e goza nem um índio com os que lhe gabam os textos e não lobrigam que o Rei vai nu!
Crisântemo Ciclomotor (primo da Rosa Mota)
O senhor ciclomotor nunca andou de motociclo sem capacete: nunca sentiu o que é a poesia do vento a largar um pouco de nós sobre as estradas que deixamos atrás. Senhor Criseatemos a poesia não se comenta e raramente se compreende, a não ser que considere poesia as letras do Tony Carrera!
Um abraço são e sóbrio dum homem quase ideal
Essas, as do Tony, pelo menos têm métrica e rima. São todas de 7 sílabas e rimam no género S. António com matrimónio, o que é deveras original. Ora esta coisa ser poesia! Se é, então eu sou astronauta.
Crisântemo Ciclomotor (primo da Rosa Mota)
Criseatemos:
provavelmente é mesmo astronauta e não sabe que está na lua.
Um abraço espacial
Amigo Nata Pegra, espero que esta o vá encontrar de boa saúde pois por cá vamos bem, nas graças do meu senhor.
Quanto há possibilidade de eu estar (ou andar) na lua quero esclare selo que quem foi espoliado do seu merecido 13º mês (para além de outras malfeitorias) e o sentiu na pele, na carne, no sangue e no bolso não pode estar senão de pés bem assentes na Terra. Quando disse que se aquela coisa era poesia eu era um astronauta, talvez não me tenha explicado convenientemente. O que eu pretendia dizer é que é tão verosímil aquela coisa ser poesia como eu ser um astronauta, eu, que o mais arriscado fiz foi andar, quando era puto, num carrocel na Feira Popular e vomitei por cima e por baixo, tal foi o susto.
Percebeu agora amigo Tapa Grena?
Crisântemo Ciclomotor (Primo da Rosa Mota)
P.S. O meu senhor, o Manuel, manda cumprimentos.
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