terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Não embandeiro com o vento!


Está uma vento do caraças!
E não vem do Atlântico,
nem do Norte,
nem do deserto!...
Vem da nascente mediterrânica!...

Agrada a uns porque move os seus moinhos,
porque enfola as suas velas,
porque ondula as suas bandeiras
e desagrada a outros,
porque lhes arrefece a cara,
porque lhes leva o chapéu,
porque lhes levanta as saias!

E eu de grego, não percebo nada!
Embora, como matemático de oficio, conheça todas as letras do alfabeto,
e como etimólogo amador, saiba a origem de tantas das nossas palavras,
não sei escrever sequer uma única palavra em grego!
Sei que os dias gregos acomodam alguma gente,
porque pensam que o vento acabará por trazer algum vento ao seu moinho,
e incomoda muita gente mais,
porque o vento acabará por lhe mostrar as cuecas.
Sente-se o vento,
a favor ou desfavor,
conforme o lado para que cada um está virado.

O nosso vento já nasceu há muito!
Se não move velhos moinhos,
ondula novas searas,
levanta barretes, saias e saiotes,
encosta-os aos muros, às grades e aos botes,
derrubaa-oos!
Tem nome e é povo
e anda na luta há muito tempo!

Bem vindos ao partido da luta,
mesmo que venham com o vento...

pronto escrevi isto,
quando tanta gente escreve sobre isto,
por puro exercício...
lá porque isto tem muitas mudanças de linha, não quer dizer que pretenda ser poesia, quanto mais um texto!...

9 comentários:

Sérgio Ribeiro disse...

prosa encavalitada...
de vento em popa ou na popa.
Ícaros... ou ácaros? Depende do lado de que sopra o vento.

Um abraço

Rogério G.V. Pereira disse...

"Tem nome e é povo"

Só este verso mereceu o esforço

Maria disse...

Pode ser sempre uma bela prosa poética.
E que venha vento, para ondular as searas e a bandeira que empunhamos.

Abraço.

Zé Povinho disse...

Que contraste com a bosta proferida pela múmia de Belém...
Abraço do Zé

cid simoes disse...

Atenção! Alerta laranja. De São Bento sopra mau bento.

JFrade disse...

Claro que está frio. Um cristão corre o País de lés a lés e em cada morro, monte, serra vê paletes de enormes ventoinhas a rodar furiosamente. E depois queixam-se.
De grego tenho um ómega (avariado) que herdei do meu avô. Mas parece-me que ouvi o meu primo dizer que o cunhado lhe contou que a Isabel Moreira acha que um fulano grego é "pão". Não sei se ela o quer comer.

O Puma disse...

Um belo texto

que não agradeço a deus

Abraço sempre

Manuel Veiga disse...

depois de mostrarem a careca, vão mostrar a cueca - com o tufão!...

(gosto destas tuas "mudanças de linha")

abraço

jrd disse...

Palavras leva-as o vento, que depois as trás sob a forma dum belo poema como este.
Abraço