sexta-feira, 13 de março de 2015
Confesso às paredes
Confesso que naqueles anos
Eu bebi tudo o que era etílico
Eu fumei tudo o que era tóxico
Eu namorei tudo o que mexia
Eu tive trabalho mas nunca fiz nada
Confesso que naqueles anos
Vivi dos meus padres e padrinhos
Falei aos microfones sem saber o que dizia
Subi aos palcos porque era bonito
Passei nos exames sem saber nada
Confesso que naqueles anos
Era a minha mãe que me ia ao banco
Era a das doce que marcava as viagens
Era o ângelo que me anjava o destino
Eu nunca abri a carteira para nada
Confesso
Sabia lá eu o que era pagar?
Eu nunca paguei nada!
Sabia lá eu o que eram contribuições?
Eu nunca contribui para nada!
Sabia lá eu que ia ser primeiro ministro?
Confesso que pensava que um tipo como eu nunca lá chegava!
Obrigado meu ângelo da guarda!
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7 comentários:
Boa, muito boa patada
e, o que bem me soa, não me escapa
amanhã,
não será por falta de assunto,
que editarei este presunto
…que, acerca do tema em apreço junta um excerto dum trabalho de Carlos Matos Gomes que lhe chegou e, ao qual, não tira uma vírgula:J
"Passos Coelho declarou-se imperfeito e com isso queria que acreditássemos que era como todos nós. Tendemos a desculpar os nossos semelhantes. Também quis dizer que tem da justiça portuguesa o mesmo entendimento do mais vulgar cidadão: só era culpado por ter sido apanhado. Que está nesta difícil situação por puro azar.
Esta é a cultura política e a estatura moral de Passos Coelho. O problema da declarada imperfeição de Passos Coelho, que ele quer associar à de um português comum, não é ele ser imperfeito. É ele ser parvo, uma palavra que começou por querer dizer pequeno (parvus). Imperfeito era o nosso Príncipe Perfeito, D. João II, que assassinou mais de metade da família chegada, mas que se declarou dono de meio mundo. Imperfeito era Afonso de Albuquerque, que fez pela Índia e arredores maldades que nos arrepiam só de ouvir, mas estabeleceu uma estratégia de domínio dos estreitos para dominar os continentes que ainda tem o seu nome. Imperfeitos na vida do dia-a-dia foram o Camões, o Fernão Mendes Pinto, ambos com dificuldades crónicas de dinheiro, o Fernando Pessoa, com a bebida, mas criadores de obras geniais. Imperfeitos foram o Picasso, o Charlie Chaplin, ou o Churchill, ou Kennedy, ou Júlio César, ou Alexandre… grandes, todos grandes. O problema de Passos Coelho não é a imperfeição, é a sua insuperável pequenez, a sua manha viscosa, a sua estreita visão do mundo, a sua vacuidade.
Nos grandes homens imperfeitos, as imperfeições fazem o que o álcool fazia a Churchill e as mulheres a Picasso, fortalecem-nos, dão-lhes energia, incentivam-nos a correr riscos, a criar obras geniais. Nos pequenos causam dó.
A imperfeição de Passos Coelho é a de, para nossa vergonha, ter transformado Portugal no mais manso e disponível dos cordeiros sacrificiais das políticas ditas da troika que destruíram o tecido social e as relações que nos permitem viver em sociedade, que nos alimentam com uma história, uma cultura, um sentimento de pertença a um território, a um povo, a um destino. A imperfeição de Passos Coelho foi a de ter mandado a sua ministra das finanças ao beija-mão a Berlim.
A imperfeição de Passos Coelho não são as suas relações com o fisco – essas são o reflexo da sua personalidade, da sua falta de qualidade – a imperfeição de Passos Coelho é de raiz, é a que o levou a conduzir uma política em que o emprego é mal pago e precário, não gera trabalhadores, mas ranchos de homens e mulheres que acorrem em busca de uma oferta de tarefas, sôfregos e disponíveis, a que se chamam colaboradores temporários.
A imperfeição de Passos Coelho é uma política que fez dos portugueses uma multidão de jovens desocupados e de velhos abandonados, a vaguear sem destino e sem esperança.
Que ele não tenha percebido a raiz do clamor que se levantou contra o facto de não ter pago taxas e impostos é a sua mais evidente imperfeição."
Eu não te absolvo, em nome do povo que sou!
Nem assim lhe posso perdoar a ignorância dos deveres de cidadania, quando eu sou esmifrado à sua ordem...
Cumps
Um tipo de carne e osso
mais osso
descarnado
um coiso
Nem o António Aleixo faria melhor - um retrato perfeito!
Saudações!
Esta do robot...
é o que se chama "nascer com o cú pra lua?"
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