Bom, em primeiro lugar o que faz uma pessoa ser mediática é aparecer nos media. Existirão muitas outras razões que não cabem aqui, mas para aqui chamo apenas a de "ter fluência verbal".
Clara Ferreira Alves, creio que é este o nome, uma rapariga de cabelo curto e pintado de russo, opina num programa qualquer de televisão de que não me lembro agora o nome - para o caso isso também interessa pouco e reparem que nem me dou ao trabalho de pôr o google a trabalhar para confirmar o nome exato! - e tem fluência verbal.
Direi também que li a sua crónica, " Anticomunista, obrigada", porque o título me levou mas não lhe dei, no momento, qualquer importância. Consumi o texto como um, que entre tantos, devaneiam fluentemente, levianamente, sem qualquer preocupação documental (como eu que não me dou ao trabalho de investigar o nome do programa em que a pessoa entra), sem coerência racional, com pés mas sem cabeça , um puro exercício emocional. Tem relativamente ao meu, aqui presente, também emocional, o cuidado jornalístico de se esquivar das rimas e a vantagem de ser escrito por uma figura mediática.
Como vêem, também sei estender texto, a dizer pouco dos factos e a publicitar o que sou.
Sou um tipo com alguma fluência textual porque leio e foi por ler, que ao ver um rol de reações ao texto da "anticomunista", me deu também para escrever. Sou, portanto, também um tipo que vai no embalo dos mídia e, pior ainda, das redes sociais.
Não querendo seguir o exemplo da visada, de escrever um texto sem dizer nada, pronto, dizendo alguma coisa, dizendo por exemplo que o José Saramago gostava mais de António Costa do que de Alberto Camus, que Álvaro Cunhal se zangou com Agustina por ela não gostar dos Esteiros, de que fui estudar para Coimbra com medo do PREC, de que a situação política atual do país se deve à intervenção do KGB e ao presente desleixo do Mário Soares... vou direto ao assunto!
Pronto! A minha questão é a seguinte: Porque é que ao fim de tantos anos da Clara ter estudado em Coimbra só agora é que se declarou anticomunista? Porque é que raio um espaço mediático, as redes sociais, os comunistas e eu, gastamos espaço a comentar o facto da senhora, finalmente, se ter declarado anticomunista?
Tenho a resposta! A senhora recorreu tão velhacamente à sua fluência verbal para se justificar anticomunista que chega a parecer "comunista" dentro da imagem que dos comunistas parece ter! A senhora, portanto, tem medo se si própria! Não é a única! Eu também!
Pois bem, senhora de cabelo curto e russo que comenta num programa qualquer de televisão, que escreve num jornal qualquer, que faz na vida não sei o quê, que pensa não sei como nem quero saber, de agora em diante existe uma razão para eu ser comunista, é a senhora não o ser.
Luís Neves - GPS & MEDIA
7 comentários:
Ainda bem que a coisa disse o que era
assim já não se engana
Nem era absolutamente necessário tê-lo escrito
Por sinal,
já o vinha disfarçando mal
Outra vez "mídia"?!
Olha que se o Paulo Rato aqui vem levas outra ensaboadela.
Mas é merecida. De facto devias saber que se deve escrever "media" pois é uma declinação (plural) de "medium" que os espertos dos ingleses pegaram, muito bem, nesse plural, para designar sinteticamente "meios de comunicação", construindo a expressão "mass media". Que se pronuncia "masse mídia". A saloiada nacional achou piada à expressão, atirou fora o "masse" e nacionalizou o "mídia" como forma (supunha a tal saloiada) mais erudita e moderna de designar os ditos "meios de comunicação". Afinal foram buscar ao inglês uma palavra de origem latina que é , pasme-se, a origem da língua portuguesa.
Francamente...
a ordem. à direita, foi de "mobilização" geral.
até o flato da senhora que, como na anedota, "não foi ela quem deu", foi audível...
abraço
Efeito da tinta com que tingiu a mona.
Cumps
A canalha já não se esconde
isso é bom
hummm pois, para mim só se deixar crescer o cabelo e ponderarei ;-)
BOM TEXTO !!!
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