quinta-feira, 23 de outubro de 2025

Os livros não voam

Sempre simpatizei com ladrões de livros. Se um livro não é lido, mais vale que seja roubado.

Tendo passado um bom bocado de vivência, escorreita e banal, com a historieta doméstica do meu desaparecido berbequim Bosch, insisti no teste, mas agora com um livro.

O berbequim demorou três anos a desaparecer do muro de entrada do meu quintal, onde foi pousado. O livro, porém, pousei-o junto à vieira, cartão de visita da casa, e não sobreviveu lá três dias!

Dizem as línguas que comigo coabitam que já ninguém rouba livros; dizem que voou. Ora, é das leis da física que, se os porcos não voam, os livros também não; quando muito, podem-nos fazer voar.

Por outro lado, as leis da República proíbem a publicidade dissimulada. Mas o livro tem de vender!


4 comentários:

Janita disse...

Não voam, isso é verdade. Mas a leitura de alguns, fazem os leitores ganhar asas e voar nas asas do sonho! Será o caso desse? Por vezes, só sorrir não é suficiente.
Desejos de muito sucesso, caro Pata Negra.
Um abraço

Pata Negra disse...

Janita, não sei se alguém conseguirá fazer deste livro uma vassoura voadora. Tive um professor de Desenho e pintor que me dizia que ninguém pior que ele para interpretar os seus próprios quadros. Assim direi também e mais direi: que, como quem ri de si próprio, me rio muitas vezes do que escrevo.
Um abraço e não me deseje sucesso porque, sucesso, é o que eu mais temo.

Rogério G.V. Pereira disse...

Acabas de me empurrar para a escrita de mais um... (mesmo sabendo que não terá asas)

Abraço desasado

Pata Negra disse...

Força Rogério! Temos de voar! Abraço em modo a planar