domingo, 19 de janeiro de 2025

Oficina de escrita

Bendita a hora em que inventaram os computadores, a internet, os blogues e as "nuvens". Se me entretenho a criar umas bacoradas, devo-o a estas contemporâneas criações.

Quando ganhei competências no maneio dum processador de texto, maravilhado por poder apagar, voltar atrás, emendar, escolher fontes várias, dar voltas à crónica e, por um clique, ver o resultado impresso em letra de imprensa, comecei a escrever para um jornal e a enviar cartas policopiadas para velhos amigos.
Aumentei a frequência destes contactos com essas amizades e reforcei a documentação dos assuntos que abordava, quando apareceu o serviço de email e a internet. 

Mas foram os blogues, a tecnologia que determinou a oportunidade de eu publicar aquilo que me apetecesse e de encontrar um nicho de leitores com abertura para me entender.
Depois de várias tentativas sem sucesso, assentei neste espaço, Rei dos Leittões, e neste pseudónimo, Pata Negra, e aqui experenciei os tempos áureos de José Sócrates e da blogosfera.

Entretanto, tal como perderam expressão as tabernas e as mercearias de bairro  - locais onde em tempos se debatiam ideias, se adquiriam conhecimentos e trocavam informações, ao mesmo tempo que se bebia bom vinho e se faziam as compras exclusivamente necessárias - atacadas pela monstruosidade das grandes cadeias de consumo - coloridas, confortáveis, sedutoras mas sem alma - os blogues foram vencidos por poderosas, irrecusáveis e apelativas redes sociais.

Há alguns que se mantêm por crédito, estatuto e valor dos seus autores e outros que resistem por teimosia, capricho ou por opção, como é o caso deste reino, deste palácio ou desta pocilga, tanto faz, que, tendo perdido o estado de espírito que o animava a interagir com outros blogueres,  aqui continua, quase indiferente ao facto do número de clientes ser, agora, apenas residual.

Já lá vai o tempo em que eu escrevia um ficheiro de texto, guardava-o no disco e depois publicava. Com o tempo comecei a escrever diretamente no bloguer, até chegar ao presente, em que a caixa de  rascunhos do bloguer é praticamente a drive da "nuvem", onde guardo tudo o que escrevo nos domínios da ficção e da reflexão.
 
Aonde quero chegar eu com esta conversa?

Que vou tentar reencidir num exercício de escrita que me obrigue a ser regular e disciplinado, sendo que, para tal, é recomendável e obrigatória a sua publicação neste espaço, como fase preparatória da sua formalização em livro físico.  
Assim sendo, vou tentar que a história se desenvolva em capítulos semanais, convido os eventuais leitores a participarem na revisão e no ato criativo, podendo dar assim, divertidamente, o seu contibuto para que a história chegue a bom porto e esta Oficina de Escrita seja uma espaço coletivo - aceitam-se anónimos.

Vou pois escrever de gaveta aberta, determinado a que não volte a acontecer o que se verificou com experiências anteriores similares: no "Quarto", na "Fábrica" e no "Caminho do Fim da Terra", os finais precipitaram-se por cansaço  do autor, e noutras histórias imperfeitas como as capelas do Mosteiro da Batalha, como foram o caso de "7 anos numa J7" ou "todas a manhãs", perdeu-se o fio à meada e acabei por desistir.

Começa de hoje a oito, domingo, "A incrível história dum casal a quem saiu o euromilhões".

2 comentários:

Janita disse...

Ora Viva, Monarca desta saborosa Corte, ( é fazer não confundir com corte.)
Ainda bem que me aparece pela frente. Deste modo, o compromisso tornar-se-á mais forte e difícil de me de deixar ficar mal vista perante os meus queridos e simpáticos seguidores e amigos.
Uma vez que ainda não lhe participei a minha intenção de premiar os vencedores do meu Desafio, com o último livro de sua autoria, peço-lhe, publicamente, que me reserve - para ontem - dois exemplares desse Homem fantástico que o persegue.
Por favor, não me falhe. As condições serão as de sempre ( pagamento adiantado ) e as moradas ser-lhe-ão enviadas amanhã. Uma pelo menos é certa, a outra ainda a não recebi.

Quanto ao que hoje nos propõe, confesso-me um pouco à nora, mas relendo tudo talvez eu consiga entender...
Um abraço.

PS - Receberá um email meu a colocar em pratos limpos, tudo isto que acabei de lhe dizer.

Rogério G.V. Pereira disse...

Excelente decisão e desde já me confesso teu admirador...
Decisão igualzinha tomei-a eu bem cedo e já tenho três livros publicados... mas, por aqui, sobra material que dava para outros tantos... ainda tenho que dar uma revisão e decidir se as "Redacções do Rogérito" merecem ser livro, ou não.

Força, parceiro!