sábado, 17 de abril de 2010

E tudo o Bento tolerou


Não me lembro de na história das tolerâncias uma tolerância de ponto ter sido anunciada com tanta antecedência. A pressa é inimiga do perfeito e do Prefeito. 
A tolerância dada aos funcionários públicos não parte de motivações religiosas mas de razões políticas: a maioria dos funcionários já faz programas para aproveitar a folga e, quiçá, fazer ponte, mas é oportuno amaciar os castigos a que tem sido sujeita a classe. Não vai ser um dia de descanso que afectará a sua produtividade já que esta não é maior, não por falta de trabalho mas sobretudo por falta de gestão e orientação das chefias políticas. Por outro lado, qualquer motivo que sirva de pretexto para aprofundarmos uma sociedade de lazer é benvindo e, num país que aposta no turismo como forma de viver, qualquer oportunidade de saída é benvinda para animar a economia.

O que indigna muita gente é o facto discriminatório da tolerância respeitar apenas aos empregados do patrão Estado e, entre esta gente, estão principalmente os que pensam que os funcionários públicos não fazem nada  (nesta linha não percebo qual é o problema de mais um dia sem trabalhar) , aqueles que acham que o Estado não deve mandar no sector privado e outros que exigem do Estado a laicidade mas gozam sem protestar todos os feriados do calendário católico.

Neste caldo de pensamentos de um ser católico culturalmente mas que não reza à Senhora de Fátima e muito menos ao Papa, atrevo-me a sugerir que o país pare todo no dia 13 e trabalhe no feriado da quinta Corpo de Deus que nem mesmo os mais católicos sabem porque o é.

Porque não ter pena dos funcionários públicos que estão a ser instrumentalizados para encher as ruas e dar vivas a um Papa que não anda em boas saias e para fazer desse acontecimento uma diversão mediática que distraia o povo dos problemas em que o poder político o tem enfiado?

Quem que ver o Papa vá a Roma! 
Luta pela sociedade do lazer, pelo país das praias!
Diz não à tolerância! E... lembrei-me agora do título:
- O que é que o Bento tolerou?!
Enfim um caldo de pensamentos...

13 comentários:

quink644 disse...

Como ficou claro, estava tapado...

Compadre Alentejano disse...

Este Papa nem para criado do outro servia...
Abraço
Compadre Alentejano

Camolas disse...

Tambem professo o funcionalismo público. Todos temos amigos que são f.p..Estou com eles para o que vir a seguir.Quanto ao papa...o meu silêncio

Ferroadas disse...

Com papas e bolos se enganam os tolos.

Zorze disse...

É eminentemente política esta tolerância, como muito bem frisas.
É um governo católico.

Abraço,
Zorze

Alberto Cardoso disse...

Majestada.
Uma dúvida me assalta: os Portugueses dos Açores e da Madeira também têm 1 dia de tolerância de ponto, vulgo folga? Só 1? Como é que se pode vir das ilhas a Fátima, ver o Papa e no dia seguinte estar ao serviço a horas? Vulcões aparte não é possível. Se a intensão deste governo papista é permitir que os seus funcionários aclamem o Papa, aos ilhéus devia dar, pelo menos, três dias de tolerância. Acho eu.
Alberto Cardoso
P.S. Por lamentavel lapso este comentário foi, num primeiro momento, parar ao poste seguinte. Peço deculpa.
A.C.

Alberto Cardoso disse...

Gaita que hoje só faço asneiras. Onde está intensão devia estar intenção mas não está! Deve ser dos ares que se respiram aqui, entalado entre o Alvão e o Marão ou da posta à maronesa do jantar ou da garrafita de Cabeça de Burro que despachei ou não sei.
Alberto Cardoso

Pata Negra disse...

Alberto, majestade responde:
Pois saiba, meu caro servo, que sei de gente das ilhas que faz promessas de vir a Fátima a pé! Não discriminemos os ilhéus! Mas não é isso que stá em causa! Saiba que eu moço, acompanhei a visita de Paulo VI na única televisão que havia na aldeia!
Sei agora que a visita vai ser coberta com as novas tecnologias, chega-se ao ponto de estar prevista uma câmara sobre as saias do Papa - vou ficar em casa para ver: ele é homem ou é pessoa?!
Um abraço no fim dumas voltas pelas adegas da vizinhança

Vanuza Pantaleão disse...

Meu amigo (posso tratá-lo assim?), os antigos na minha terra já diziam:
"Política, religião e mulher (para mim, homem), não se discutem".
Muito complicado...
Gostei da liberdade no seu espaço!!!Bjsss

José Lopes disse...

No país que se diz tolerante a inveja é uma arma que a política teima em esgrimir e dirigir segundo as suas conveniências. Católicos ou alcoólicos, estão todos convidados a gozar todas as tolerâncias da melhor maneira, que da fama os f.p. não se safam.
Cumps

Milu disse...

Olá Pata Negra!

O Papa que venha, porque com a santa vinda sempre poderemos contar com umas amnistiazitas. Ao menos que dele venha algo de concreto.

MARIA disse...

É muito estranha esta decisão, realmente.
Pensaria o Governo que o Papa chegava a Fátima e diria dela o mesmo que o seu ex ministro de fantástica memória disse da margem sul do País?!
Talvez faça algum sentido: sua Santidade atordoada com o impressionante deserto pensaria : pois não haveriam os miúdos pastorinhos de entrar em delírio em tão vasta solidão?
E pronto lá se ia o milagre...
Isto é tudo a pensar no melhor bem do Estado Português...
*
Não resisto ainda a dizer-lhe isto:
Vª Majestade viu a chegada do outro papa na TV. Acho bem.
Mas acha que o Estado pode colocar televisões nas secções de Estado ?!
Isso era despesa que ia além de um dia de trabalho remunerado e não prestado e depois, nesse aspecto o Governo conhece bem o Povo que tem.
Nos nossos dias até os miúdos preferem olhar para a TV e não ver saias ...
E estas são tão longas ...

um beijinho amigo

Maria

Marreta disse...

Nacionalize-se tudo, Papa incluído e gozemos todos 20 dias de tolerância de ponto!

Saudações do Marreta.