quinta-feira, 14 de julho de 2011

Leitão da Quinta

Depois de ler isto, não conclua que me falta um parafuso mas sim uma porca.

Estou farto disto! Não me apetece escrever! A web transborda de palavras e imagens! O facebook, tenho dito, é uma espécie de grande superfície comercial que abafou as tabernas e merceerias da blogosfera! Já não se trata de não poder competir, a verdade é que tenho a sensação de não ter nada para vender e, muito menos, para dar! Toda a gente bota sentença e opinião e eu transformei-me numa espécie de D. Duarte de Bragança destes espaços, com pose e graça mas sem trono e sem reino.

Estou em estado blogo-depressivo. Tenho um profundo respeito e admiração por toda a corte, a perfeita conciência que os tempos que correm é dos porcos que rodopiam à nossa volta, razão determinante para continuar.

Rei dos Leittões! Na verdade, leitão é o meu prato preferido mas longe de mim, o apetite ser motivo eloquente para determinar um título tão popularucho!

Eu levava a lavagem, tirava o esterco, punha mato e pegava com valentia de forcado o porco quando era para capar ou para matar.
A nossa casa não era casa de lavrador de parelhas, além das quatro ovelhas, só tínhamos mesmo a porca.
A porca, se não adoecesse e eu tivesse que lhe abrir a cova, era assunto em que eu me fazia homem!
Levar a porca, para vender os bácoros, até aos 12. A minha mãe com uma saca de milho e um baraço atado à perna traseira da mãe suína e eu, atrás, com uma verga na ninhada! E quando vinha um carro?!... O desembaraço para arredar caminho, tinha que ser rápido que o homem era de outra condição!

Depois, no largo, a mãe deixava as deixas de preço e o "vem já" e ia fazer a sua volta. E eu ficava ali crescendo com a feira, convencido que o meu futuro passaria sempre por ali. Creio que cheguei, eu próprio, a vender os bácoros, talvez um tio por perto tivesse vindo acertar ofertas, quase sempre e naturalmente a minha mãe fechava. Mesmo que fosse só a porca-mãe, por bom negócio, que voltasse casa, a estrada de regresso era um tormento – fosse um burro e bastaria um arre para que ele compreendesse o alívio que é retornar ao lar.

Vem daqui a minha proximidade com os leitões. Depois, a simpatia especial por aqueles labutadores de churrasco que se auto-coroam Reis.

Rei dos Leittões só com um t?! Não dois tês:
O Google, a princípio, incrédulo, perguntava - será que quereria dizer Rei dos Leitões?
Agora já não! Já se habituou! Experimentem! Esta é a prova de que este blog até o poderoso motor do Google dobrou!
Se o leitor é amigo, estará ainda a correr o scroll lock e a pensar com o seu dedinho rolante -onde é que isto vai parar?? Se tem como intento um fim, evita de continuar! Faça-me um obséquio, deixe um comentário com o texto “fui dos tais” – deste modo poderei quantificar os que passaram muito além da quinta linha!

A minha saudosa mãe tomou sempre como rumo para os seus filhos, um futuro com comida. Como poderia ter sonhado, que o facto de me ter delegado parte da responsabilidade da suinicultura, teria dado origem a tão intelecta reflexão sobre a génese e existência dum blogue! Talvez seja mesmo a comida que nos faz banais!
Hoje comi mesmo bem!... Comi leitão!
Serve este post para mostrar que, não sendo possível, um porco andar de bicicleta, pode andar na corda bamba! Que farei com este blogue!? Olhem, vou cagueando!


14 comentários:

antonio ganhão disse...

Os supermercados entretêm e têm sempre as últimas novidades, mas uma especialidade gourmet, só na mercearia especializada, um prato tradicional só na tasca... por isso, mesmo com laivos de D. Duarte, mantenho-me fiel a esta pocilga.

Zé Povinho disse...

Esta caixa de comentários anda a fintar-me ao recusar o meu comentário. Sua majestade sabe que passo além da 5ª linha e chego mesmo à garrafa de vinho (espanhol?). Antes de ir de férias queria deixar aqui um estímulo para que este espaço continue a ser "alimentado" para deleite de quem aqui passa.
Abraço do Zé

maceta disse...

Rei Pata Negra
leio sempre até ao fim e vale sempre... e já agora, leitão assado é um dos meus pratos de eleição. Isto de ter imaginação sempre a jeito não é para todos e por isso cagamos e andamos...

abraço

do Zambujal disse...

Passei as 5ªs. linhas, passeei pelas memórias, passei-me com algumas form(ul)as de escrever o que de outra forma seria ensonso ou desenxabido, ultrapassei o desenho sem sujar os calcantes... e aqui estou, sastisfeito

para te dar um abraço reconhecido pelo naco de tempo que me proporcionaste (proporcionaste??!! porra!, g'anda verbo... é assim que se escreve?)

Bom... fica o abraço

(Desta vez pago eu, carago)

Tiago R Cardoso disse...

Não sei porque razão, mas fiquei com vontade de também saborear um leitão... olha este é dos bons.

Anónimo disse...

Leitão também é o meu prato preferido! Assim como não dispenso a sua tão valiosa escrita...sempre que o leio, vem-me à memória os meus tempos de criança...muito parecidos com os seus...pois toda a minha vida tem sido passada no campo, bem perto da natureza que eu adoro! Deixo um beijinho

samuel disse...

...para além do mais, "E eu ficava ali crescendo com a feira"... é muito bom!

Abraço.

Song The Sangue disse...

um porco canibal

que acha que as palavras transbordam du ecran

e cu facelivro é uma taberna

anda mas é a snifar umas linhas

ai anda anda

salvoconduto disse...

Há quem cague mais do que tu, vê só a quantidade de bosta que vai neste país.

Manuel Cardoso disse...

fui dos tais.

e sempre um prazer ler os posts deste blog ate ao fim.

talvez atraves da blogosfera se inicie a revoluçao necessaria neste pais... e pensando mais alem, neste planeta!

um abraço

ps - foi o 1º comentario de um leitor assiduo... talvez porque o jeito para ler seja maior que o jeito para escrever!

MARIA disse...

Majestade:

http://youtu.be/sSuRSxlJV1w
*
*
*
deixar o Reino ?!...
E o Povo ?
E a corte ?
*-*
E NÓS???

Um beijinho amigo
da
Maria

MARIA disse...

"We can feel a change is coming
Like a kiss upon the tide
Breathing life into every heart
A hope for kinder times
Cause we have walked this road together
Though at times we felt alone
In the struggle to lift us up
We find a strength I've yet to find

You carry your courage, carry the history
Of all who have gone before you
Wherever you come from
You're born of the one dream that finds you, standing here

And you know that you can make it
(you can make it)
You've got the whole world in your hands
(whole world in your hands)
And you've spent a lifetime working for this moment
(working for this moment)
And you are shining
You're all that you wanted to be(...)" letra da canção de Sarah Mclachlan, One Dream.
http://youtu.be/xJMaDxjjc6s

*
Comecei o meu blogue quando conheci o seu e o Grande Loja do Queijo Limiano. E já perdi o queijo.
Ainda hoje o troquei por "terra nostra", mas este blogue nada tem que se lhe compare, é de uma originalidade e qualidade que nenhum outro iguala.
*
Voltei para lembrar...

Beijinhos

Anónimo disse...

fui dos tais ...


ZR

Anónimo disse...

Muito retardado, fui dos tais. Não há como uma bela tarde lunar para pôr a leitura em dia.

Saudações tintas do Marreta!