Crescei e multiplicai-vos. Multiplicai-vos e enchei a Terra. Foi por estas e por outros que abandonei o seminário! A convicção com que acatava o evangelho e as regras de obediência que a doutrina me ditava, fizeram-me abandonar os votos de celibato e castidade! A mancebia completou o desejo e trouxe com ela algumas interrogações:
- Porque não cumpriam os padres pregadores a ordem bíblica? Porque não deixou Cristo descendência? "Ouve o que eu digo e não olhes para o que eu faço", não era ditame suficiente para me convencer mas acabei por compreender, conhecendo eu bem o trato dos homens dos altares, que os mesmos não teriam muito jeito para criar. Por outro lado nos tempos do Outro, o JC, deveria ser claro para os mortais, que mais umas almas no planeta animariam a evolução da espécie.
Estamos agora no século XXI e a palavra de ordem continua a ser a mesma: "têm de fazer mais filhos!" E pasme-se, no planeta hiperpovoado, agora sim, a razão não poderia ser mais esfarrapada, hipócrita e egoísta: "são necessários novos contribuintes para sustentar o sistema da segurança social!"
De tempos a tempos, lá vem um "mosfet" com funções de governança, clamar ou anunciar medidas de apoio à maternidade e à paternidade. Na conferência ‘Nascer em Portugal’, Cavaco Silva convidou vários cientistas a apontarem soluções para que nasçam mais bebés. Eu explicava-lhe senhor Silva, como se fazem os bébés, mas como não temos a mesma educação, receio chocá-lo com a descrição dos actos em consequência dos quais aparecem novos portugueses! Pronto, isto é por "coisa e tal" como diz o meu puto!
Escárnio dos escárnios, estes senhores insistem na sua preocupação social, ao mesmo tempo que anunciam a inevitabilidade do fim daquilo a que ousaram chamar estado social; ao mesmo tempo em que assassinam os direitos que trabalhadores e famílias fizeram registar em décadas de luta; ao mesmo tempo em que legislam para penalizar a mãe ou o pai que falta ao trabalho para cuidar da saúde dos seus filhos; ao mesmo tempo em que desmancham abril qual porco em dia de matança, vêm com uma mão no microfone anunciar dar, aquilo que tiram com a outra.
Ninguém faz um filho por razões políticas mas pode usar-se um preservativo por razões sociais.
- Filho, vou fazer-te mas aos dezoito anos brasil contigo!?
- Filho, vou ter-te mas terás de crescer numa república sobre a presidência do senhor silva!?
- Filho, vou criar-te mas não poderás contar com um país que estima os seus filhos?!
Ninguém pensa nisto quando decide a vida! Senhor Cavaco, os filhos não se fazem por regra de decreto nem se criam como os seus bem abonados afilhados! Os filhos, regra geral, nascem de desejos de dois e não por desejos de terceiros da silva ou promessas de mantos de pêlo de coelhos!
Creia, não vai ser pelo país que criásteis que vai deixar de ser bom nascer em Portugal! Nós vamos continuar a nascer mas não pelos seus estímulos! O senhor Silva é um anti-afrodisíaco! Isto para não utilizar uma linguagem mais portuguesa: "o senhor tira-nos tesão!"
... mas ainda sobra muita para a vossa impotência!
8 comentários:
É que tira mesmo...
hehehehehehehehe---
Abraço.
Majestade,
Crescer e multiplicar, encher a Terra...
É uma filosofia ideal para um Mundo ideal aonde o reino pertence a um Deus perfeito...
Nesta República,
Veja bem, habito uma cidade que dista da capital cerca de 30/45minutos, nos dias maus.
Há uns meses fui ao Centro de Saúde e não havia médico (um único ).
Voltei umas semanas depois, além de médico, também já não existe pessoal de enfermagem e auxiliar.
Um letreiro manda os doentes levarem as doenças para outro Centro, até que dos céus, médico ali surja.
Mas o Centro rejeita urgências, remete ao hospital.
O Hospital vai encerrar, o centro encerrado estará, aonde se fazem acompanhamentos e preparações para partos ? Aonde se vacinam crianças? Como se acode às faringites, amidalites, gastroentrites, às quedas e consequências dos miúdos ? Aonde se fazem exames médicos ? Como? A que prazo e a que custo ?
Creio que estas políticas diminuirão significativamente não só a qualidade de vida dos portugueses, como a esperança de vida e depois, ah, troika, dívida, enfim ... tudo será mais gerível .
Por tudo isto e porque o dinheiro ao Senhor também não abunda, é melhor nada lhe ensinar mais nada, até porque estou mesmo a vê-lo a olhá-lo meu Rei com aquela ar de República que o Povo ares deu e a dizer-lhe : ai corto, meu carro amigo REy dos Leyttoes?!... Pois nessa matéria também raras vezes me engano e nunca tenho dúvidas.
Não vale apena ensinar.
Ensinar é uma responsabilidade e quando se criam filhos sem os poder educar basicamente, se não morrerem do sarampo, varicela ou mistela que não possa ser tratada, hão-de engrossar uma geração desesperada e não tarda tudo andará à paulada . E depois Majestade?
É que o Tribunal também vai encerrar, deixando isto mais deserto que a margem sul .
E depois que fazem os polícias com os filhos que o Cavaco nos mandou parir ?
pois ...
:)
Isto está negro, meu Rei, isto está negro!!!
Um beijinho amigo
Maria
Quando li sobre esta conferência, "Nascer em Portugal", achei uma parvoíce. Nos tempos em que vivemos, em que todos os dias somos bombardeados com previsões tão pessimistas, como querem que as pessoas façam filhos?
Ninguém explicou ao Cavaco que este país não é para jovens e que o Coelho até aconselha que partam para longe?
Abraço do Zé
Grande patada, Pata!
Que bom (e amargo também...) ler-te.
Quem faz um filho, fá-lo por gosto... esquecendo os silvas dos desgostos, perdão, do esgoto.
Um abraço
Pata
como se fazem os bebés? ele sabe... basta pôr as vacas a rir...
abraço
Pata
como se fazem os bebés? ele sabe... basta pôr as vacas a rir...
abraço
O tipo só acredita nas provetas
e está sempre a fazer gestos
mas dali nada sai
nem a ferros
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