quinta-feira, 25 de abril de 2019
25 de abril - precisa-se
Ano após ano, abril vai-se-nos sumindo por entre documentários, testemunhos e comemorações; vai-se-nos sumindo por entre as leis, o poder e os governantes; vai-se-nos sumindo por entre os papéis, as máquinas e as portas dos locais de emprego; vai-se-nos sumindo nas escolas, nas repartições e nas ruas; vai-se-nos sumindo entre os dedos – o 25 de abril não é para guardar entre mãos, é para agarrar! Está escorregadio?! Untemos as mãos com as areias que nos atiram para os olhos! Dói? Não tivéssemos permitido que o untassem com manteiga!
Todos cantam o Grândola, é uma vergonha! A televisão, pela espuma dos lábios dos netos bastardos de Salazar, reescreve a história e reinventa os heróis; qualquer indício duma ventosidade duma quadrilha de fascistas é imediatamente e mediaticamente espalhada aos quatro ventos; o menino querido do último ditador é omnipresente e presidente; o governo é uma filial de Bruxelas; a moeda é alemã; a soberania vai-se-nos sumindo entre os dedos - este não é povo unido nem de abril, não dá graças aos anjos nem aos soldados! O nosso anjo da guarda é o FMI!
Só festejarei o 25 de abril com outro 25 de Abril, tudo o resto ou é fachada ou é saudade.
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2 comentários:
Iamos dispostos a dizer tudo isso
Não própriamente assim
Mas os jovens, em unissono
Declamaram poemas de Ary
As portas que Abril abriu
foram escancaradas...
só falta entrar!
(foi inesperadamente belo!)
Foi, foi, Rogério! Foi belo e inesperado.
Mas isso não tira razão - nem razões - ao bácoro-mor!
A ti, Majestade, a minha reverência.
A luta continua. CONTÍNUA
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