- Quanto é que pagaste para te publicarem o livro? Foi muito caro?
- Ganhas, ao menos, algum dinheiro com isso?
Questões clássicas que os mais atrevidos me colocam. Como se desconstruir os sonhos em palavras e gravá-las no objeto livro, tivesse de ser avaliado na fatura duma gráfica ou no somatório da coluna "receitas" duma folha de cálculo.
O que não sabem é que publicar um livro não é como apresentar aos amigos um móvel que se fez para a casa de banho, os livros são paridos, expulsam para a luz vida que já não cabe em nós.
Não, eu não paguei para publicar. Paguei com horas de transposição para o teclado, pensamentos que se reuniram e formaram na parada da noite, soldados que sobre o meu comando desfilam nesta coreagrafia pretensiosamente literária ou, se quiserem, com mais modéstia, apenas uma história que se inventa e conta. Ganho por acreditar no prazer que pode gerar cada exemplar impresso nas pessoas anónimas que gostam de ler e no processo de realimentação - em inglês "feedback" - que algumas vezes recebo com um "tá porreiro pá".
- Hoje em dia qualquer um pode publicar um livro! Dizem-me alguns desvalorizando-me sem intenção.
E eu observo:
Que mal há nisso que eu só vejo bem? Ainda bem que o livro deixou de ser apenas democrático do lado do leitor e passou também a ser democrático do lado do escritor.
Pronto, finalmente o Caminho do Fim da Terra chegou à FNAC online.
Para quem preferir pode sempre contactar-me que eu próprio o envio. Terei todo o prazer nisso.
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